segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Em mim mora um ser que dança. Alguém paralisado.
Em mim mora algo que grita. Ser mudo.
Em mim mora alguem que respira. Um sufocado.
Em mim mora certa coisa que chora. Algo seco.
E nenhum desses sou eu, e nem a junção destas criaturas
Eu sou o cenário que comporta quem quer que tenha algo a dizer.
Eu sou o peito que abriga tudo em que haja sentimento
Eu não sou os personagens, sou o vento que espalha suas ideias
Sou a atriz que interpreta a si mesma e não se vê.

Os poetas

Os poetas são o máximo.
Não é que tenham mais a dizer,
Ou que saibam coisas que ninguem sabe,
Ou que escrevam sentimentos inusitados,
Por que se o fizessem, niguem entenderia,
Não nos identificariamos, portanto não teria grassa.
Mas os poetas são o máximo.
Não é que tenham mais a dizer,
É que falam tão bonito!

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Cartão de memória

Eu só queria te fazer uma música
com os nossos sons, nossas vozes
nossos estalos de beijos e choros
nossos risos e nossos gritos de horror
nossos sussurros de amor, nossa trilha
Nossas imitações de Gil e Caetano
Para afinar a interioridade, ou não.

Eu só queria te escrever um poema
Com nossas frases pequenas
Versos de um amor infinito
Pra eternizar nossas gírias
E tantas palavras inventadas
Nossos intertextos cinematográficos
Para ser ou não ser

mas pra crescer e ser muito só com você
e para ter todas as coisas só nossas
registradas num pedacinho de papel,ou um CD
assim esquecido na lembrança, na gaveta de cuecas
para que alguma futura namorada sua encontre
e morra de inveja de nós dois.
Ou só mesmo para não esquecer do inesquecível.
E para o que se jurou ser eterno nunca ter fim
Mesmo que já esteja tudo acabado.

terça-feira, 14 de janeiro de 2014


Um dia, em algum lugar, o homem se perguntou o que é o homem e o próprio homem respondeu:

O homem é algo minúsculo e infinito.
Por que o homem é o único ser que não sabe de absolutamente nada
mas em sua insignificância é capaz de dar sentido a tudo.
O homem é um ponto infinitesimal no universo, vagando perdido em sua convergência.