domingo, 30 de setembro de 2012


À ti 36 versos castos

Tua carne albina
A noite escura
Cala e ilumina
Tua alma pura

Musa divina
Jorra ternura
Dos amores, a mina
Que a tudo cura

Vossa fresca boca
De seda vestida
Úmida doca
De fugir-me a vida

Juras de amor
Lábios de partida
Verdade calada
Nos ossos contida

Olhar esperto
Esquivo, que traga
A tudo aberto
Miragem vaga

Olhar perigo!
De me perder dentro mar
Seu colo o abrigo
Onde me encontrar

Macios seios
De cuidados fartos
Ventre de ancêios
De sadios partos

Vênus imaculada
De passagem alva
Sempre tão calada
Linda estrela- d´alva

Deusa, pétala de lis
Dime para onde corro
Um verbo! Foi por um tris 
Juro que quase morro
Do silêncio que tudo diz.
Inspiração

Eu gosto da página branca
Admiro suas mil possibilidades
Tem tudo e não tem nada, a página branca
Espero não preenchê-la com bobagens.

É um quadro abstrato
A carta de amor que chegou 10 anos atrasada
Um antigo retrato...
É o mais nada.

A página em branco
É um vazio aberto a tudo
Que nem o céu azul
Vou voar pro sul...

A margem , Á margem
De qualquer coisa que há de vir
No horizonte
No virar da próxima página.

Será?
Será que já está tudo escrito, guardado
Aguardando qualquer desocupado
Que queira revelar-lhe o universo?

O universo contido, oculto, em cada folha branca.